MINIBIO
Antonio Obá reconfigura em seu trabalho aspectos de uma tradição interiorana que permeia o universo religioso brasileiro refletindo criticamente sobre a ideia de um dito sincretismo e situações históricas ligadas ao preconceito étnico. Graduado em Artes Visuais, trabalha na área de arte-educação e participa de exposições coletivas e individuais desde 2001, tendo obras em coleções particulares e expostas em salões locais e internacionais. Artista-membro do Centro Cultural Elefante, que promove a experimentação poético-artística, bem como o fomento de projetos relacionados à prática e reflexão da arte por meio de residências, oficinas, etc.
Sobre os processos criativos
→ Linguagens artísticas / Forma e conteúdo / Materialidade
Realiza desenhos, pinturas, gravuras, objetos, instalações e performances. O corpo do artista é o principal meio de seu trabalho, entre performance e ritualizações, questões como a erotização do corpo negro masculino e a construção identitária do mesmo são pontos centrais na pesquisa de Obá.
→ Conexões transdisciplinares
O trabalho de Antonio Obá acontece entre as Artes Visuais e Performance. Também trabalha como professor de Artes Visuais na rede pública de ensino do Distrito Federal, unindo o universo artístico com a pedagogia.
→ Processos de criação
A materialidade de seu próprio corpo carregada de memória afetiva e coletiva da identidade racial e política brasileira impulsiona a criação dos seus trabalhos. “Um ponto de ancoragem (de seu trabalho) gira em torno de uma afirmação da presença do corpo. Fosse na pintura, na caligrafia, no desenho, sempre era uma tentativa de chegar, encontrar, tornar o corpo presente.”
→ Saberes estéticos e culturais
O artista busca referências da tradição interiorana que permeia o universo religioso brasileiro dos rituais, das quermesses, novenas e situações históricas ligadas ao preconceito étnico.
→ Porque este artista foi escolhido para estar na categoria “novos artistas”?
Antonio Obá investiga o universo religioso nacional, questionando o mito do sincretismo entre catolicismo e credos de matriz africana. Por consequência destes trabalhos, o artista sofreu perseguições e ataques inclusive à sua família, evidenciando sua tese inicial e tornando o debate em torno da tolerância – ou da intolerância – religiosa, do preconceito racial, bem como da homofobia, ainda mais urgente. Obá também é professor de artes visuais na rede pública de ensino, sendo potencialmente uma voz de grande identificação com a comunidade docente conectada ao Instituto Arte na Escola.