Léo que tira foto (Léo Lima)

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Foto: Paulo Barros

MINIBIO

Formado pela escola de fotógrafos populares do Imagens do Povo, se dedica a documentar a dignidade humana do povo favelado e marginalizado pela imprensa brasileira. Léo Que Tira Foto, como é conhecido, vende suas imagens em papel fotográfico, fine art, quadros, imãs de geladeira entre outros com intuito de levar a favela em peças de arte autorais e sensíveis, às pessoas no mundo. Criou o Coletivo Cafuné na Laje, um movimento independente de arte educação.

Sobre os processos criativos - Mapa Rizomático

→ Linguagens artísticas / Forma e conteúdo / Materialidade
Através da fotografia, Leo Que Tira Foto cria um inventário visual da vida na favela do Jacarezinho, desconstruindo imagens estigmatizadas de violência frequentemente associadas a estes territórios periféricos.

→ Conexões transdisciplinares
A educação e os processos de ensino estão diretamente ligados ao trabalho de Leo, que conduz um espaço de arte e um projeto de formação onde ministra aulas de fotografia para crianças e jovens da comunidade do Jacarezinho.

→ Processos de criação
Acompanhando durante muito tempo e bem de perto a rotina no Azul, bairro da favela do Jacarezinho, Leo viu a necessidade de preservar essa memória e a importância de contar a história do Jacaré, realizando importante documentação do cotidiano do Azul, sempre com a preocupação de retornar aos moradores as fotos feitas na comunidade.

→ Saberes estéticos e culturais
O artista retrata momentos cotidianos de lazer da comunidade, como o futebol de várzea, a escola de samba, a batucada no bairro, a piscina na laje, crianças pulando corda, comprando sacolé, empinando pipa, preservando assim essas tradições. Formado pela Escola de Fotógrafos Populares, suas imagens carregam o olhar crítico e técnico pregados e desenvolvidos pelo Instituto Arte na Escola: valorizar a história e práticas culturais locais e ir além da simplificação que a mídia faz diariamente do povo favelado.

→ Por que este artista foi escolhido para estar na categoria “novos artistas”?
Leo é o artista menos inserido no circuito da arte contemporânea da lista de artistas visuais apresentada. A escolha se deu por considerar importante dar espaço a vozes dissidentes, que utilizem códigos próprios e não os já estabelecidos entre público, curadores e instituições culturais. Sua inovação também se encontra no importante trabalho que realiza em sua comunidade, formando uma geração de promissores produtores de imagens, assim como ele próprio foi formado pela Escola de Fotógrafos Populares (EFP). Suas fotografias são importantes retratos da vida na favela. Estimulando, assim, a criação de auto-narrativas dentro de um contexto ignorado ou menosprezado pela História da Arte e onde o Estado é basicamente ausente.

Referências

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