Performance – Rodrigo Munhoz

(Des)caminho da curadoria ou uma lista para abrir um bate-papo.

A arte da performance é um fenômeno recente nas histórias das artes e sua natureza autônoma, difusa, fronteiriça, volátil, efêmera, transdisciplinar, indisciplinar… tem exigido grandes esforços para a constituição de arquivos. Trata-se de uma manifestação cuja experiência acontece ao vivo e está atravessada de maneira frontal pela subjetividade, bem como suas reverberações idiossincráticas que operam em cumplicidade com uma escala mínima ou elementar de relação. Portanto, a lista em questão ignora qualquer tentativa de sentença em favor de estabelecer uma zona de aproximação em amplo espectro com uma série de artistas, cuja identificação com o objeto dessa pesquisa, confere um lugar acentuado de uma experiência construída em camadas múltiplas e complexas. São artistas com ampla presença na última década, sobretudo, pessoas que colaboraram para a efetivação de uma rede de encontros para a difusão, preservação e (de)formação da performance no Brasil. A relação de artistas marca uma diversidade em geografia, gênero e raça, como também aponta para um conjunto de caracteres em comum: o deslocamento para os mais diversos territórios do país; a ocupação da esfera pública; a participação no campo da educação formal e não formal; a atuação nas mais variadas camadas da chamada “cadeia de produção”; o uso das tecnologias de gestão da própria trajetória, mediante a adoção de sites de trabalho, constituídos pelos conteúdos que habitam também a fotografia e do audiovisual.